sexta-feira, 21 de julho de 2017

Tal Mãe, Tal Filha

Tatiana Babadobulos


 TAL MÃE, TAL FILHA (Telle Mère, Telle Fille). França, 2017. Direção: Noémie Saglio. Roteiro: Agathe Pastorino e Noémie Saglio. Com Juliette Binoche, Camille Cottin e Lambert Wilson.  94 min.



Tem cara de pastelão o início do longa-metragem "Tal Mãe, Tal Filha" ("Telle Mère, Telle Fille"), de Noémie Saglio. E é. O pôster de divulgação do filme já dá uma ideia do que vem pela frente: duas personagens grávidas.

A mãe, Mado, vivida por Juliette Binoche, praticamente troca de papel com a filha, Avril (Camille Cottin). Enquanto a moça, aos 30 anos, é casada, tem emprego fixo e é responsável, por outro lado a mãe vive de favor na casa da filha, é bagunceira e tem comportamento de adolescente no modo de se vestir e de agir. A cena dela mascando chiclete no supermercado mostra bem isso.


Até que um dia Avril anuncia que está grávida e Mado alega que não está pronta para ser avó.

Em cena também está o pai de Avril e ex-marido de Mado, personagem vivido por Lambert Wilson, de "Sobre Amigos, Amor e Vinho" e "Homens e Deuses".


Também autora do roteiro ao lado de Agathe Pastorino, a diretora Noémie Saglio teve a ideia da trama lendo revistas femininas, nas quais haviam histórias sobre mães e filhas engravidando ao mesmo tempo. Ou seja, embora pareça surreal, o comportamento é mais comum (e real) do que parece. O que não me parece comum, porém, é a maneira de agir da mãe. Mas daí vai parecer moralismo...

Binoche, uma das atrizes francesas mais cobiçadas por renomados diretores --ela já filmou, por exemplo, com o iraniano Abbas Kiarostami-- parece um pouco desconfortável no papel da mãe bancando a adolescente. A plateia, assim, não compra a personagem de primeira. É preciso insistência pra ir se convencendo aos poucos.

É difícil, mas rir de comédias pastelões --principalmente quando já se é mãe, no caso desta trama-- não faz mal a ninguém.

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